terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Meus quase vinte anos '

Me tornei alguém cheia de urgências bobas. Quero carinho e atenção. E nunca acho que seja demais ouvir sobre o dia de alguém, ou falar sobre o meu. Acredito no aprendizado com os erros e mais ainda em erros que constroem acertos. Nada, pra mim, é por acaso. Uma coisa puxa a outra, que puxa uma pessoa, que conhece outra, que faz algo, que causa um tumulto maior... e por ai vai! Teia imensa de coisas que tinham de estar ligadas, de um jeito ou de outro, para virem a acontecer.


Fora essa, tenho um zilhão de crenças, mas nenhuma nunca foi tão devidamente recompensada como a que tenho pelo tempo. Esse caso de amor não é de hoje, e sinto que nunca se acabará. O tempo sabe das coisas e sabe ensinar. É um santo remédio. E parece sempre tão disponível. "No seu caso é o tempo passar, quem fala é o Doutor (...)", canta sabiamente Los Hermanos.

Se você me disser, eu acredito. Simples assim: Você fala, eu ouço. Você diz, eu absorvo. Você conta, eu creio. E vai ser assim até que você me dê motivos para pensar em contrários. Por mais que algumas vezes não valha à pena, não me custa acreditar. E olha que de cristal quebrado eu entendo, mesmo que em menor quantidade que de coração. Dei muito minha cara à tapa. Apanhei na maioria das vezes. Me percebi sortuda em todas as outras. O lado positivo de tudo é sempre bem mais bonito, embora nem sempre tão fácil de ser encontrado.


Ouvi sobre pontes indestrutíveis, amores imperfeitos e mentiras. Aprendi com tudo que ouvi. Os anos que carrego nas costas não são tantos assim, mas foram bem longos. E ainda assim, ao olhar pra trás, parece ter passado rápido demais. É triste isso que temos de noção do tempo: Quanto mais velhos, mais apressados. Não tem como não sentir saudade até do que não viveu. Tudo parece ter acontecido há tempo demais e, quando vemos que não, estamos mais velhos que o que nossa real idade nos impõe. Viver requer demais da gente. Choro demais, superação demais, sorrisos demais, desesperos demais, lutas demais, batom borrado demais. Tem horas que a gente chega até a pensar que nem compensa. E algumas coisas não compensam mesmo, mas infelizmente a gente só descobre isso quando já é tarde demais.


Dezenove anos inteirinhos procurando motivos. Pras coisas, pessoas, lugares, momentos. Até perceber que não é preciso motivo nenhum. Qualquer atitude que seja, precisa muito mais de caráter que de motivo. Isso gerou uma infinidade de decepções, é claro. Mas toda conclusão gera algum tipo de decepção, é algo com que aprendi a conviver. E a agradecer também, é claro: Decepções enobrecem a alma e nos permitem recomeços. Ainda não conheci nada mais bonito que recomeçar.


No mais, agradecimentos. Pelos sonhos, mesmo os não realizados. Pelos aprendizados, mesmo aos trancos e barrancos. Pelas pessoas, mesmo com algumas decepções. Pelo que eu sou, mesmo com os defeitos. Toda a história, quando vista com calma, dá uma bela de uma bossa. E não há melhor jeito de comemorar a vida, se não com uma boa música.

E vou crendo. "Temos todo o tempo do mundo!", me disse uma vez Renato Russo.

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