sábado, 7 de julho de 2012

Poderíamos Casar...

Poderíamos casar. Recém casados talvez não seriamos exemplo para futuros filhos, estaríamos ainda muito deslumbrados em morar juntos, em acordar abraçados, provavelmente sem horários, sem responsabilidades, sem contato com o meio externo, apenas querendo um ao outro. Teríamos um apartamento, quem sabe um cão de pelúcia gigante, que deitaríamos no chão gelado e encostaríamos a cabeça nele, para tirarmos uma soneca quando chegássemos da rua, sujos sem coragem para tomar um banho e deitar direto na cama, estando com sono porque na noite passada talvez não tivéssemos dormido muito, passando horas conversando, e quando menos percebêssemos, tinha amanhecido. Bem provável. Tomaríamos café da manhã às duas da tarde, ou talvez esse fosse um almoço e perderíamos uma refeição. Você reclamaria o fato de eu ligar o chuveiro gelado sem você esperar. Eu, por você ter arrumado todo o jantar, e não me deixado ajudar, mas logo em seguida falaria que a louça seria minha, e eu sentiria uma felicidade por essa rotina, por me sentir mais sua, me sentir numa vida de casada. Eu falaria o quanto você fica lindo, com cara de bobo ou quando está com vergonha. E você, sem jeito, diria que também gosta disso em mim. Discordaríamos no refrigerante do jantar, ou no fato de não tomarmos tanto suco, reclamaria das comidas não tão saudáveis, e você falaria que iríamos almoçar fora. Não arrumaríamos a cama diariamente, pois ficaríamos mais tempo que apenas dormindo, teríamos um único copo para os dois bebermos água, e sempre levaríamos uma garrafa cheia para o quarto, porque saberíamos que seria necessário durante a noite. A geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, mesmo você não gostando que eu tome e sempre regulando a quantidade, o armário seria cheio de miojo, pão e talvez com sorte, um abridor de latas, caso precisasse. Adiaríamos o despertador umas trinta e duas vezes só para ficarmos horas na cama enrolando e falando qualquer besteira, ou botaríamos o celular no silencioso, para ninguém atrapalhar o nosso momento, mesmo sendo a minha mãe de al Você me ensinaria muita coisa, em vários sentidos e áreas e eu usaria tudo que você tinha me ensinado com você. Iríamos para a sala de pijama e descabelados, com a cara mais amassada do mundo, eu iria direto deitar, apoiando minhas costas no braço esquerdo do sofá com algumas almofadas e você deitaria logo em seguida, encostando sua cabeça no meu peito. Sairíamos pra praia em algum dia de chuva e não nos importaríamos em chegar encharcados e com os pés todos sujos. Dormiríamos com a lâmpada do banheiro acesa, após eu confessar que não gosto de dormir no escuro, mas talvez no outro dia ela fosse apagada, porque eu não temeria mais, pois você estaria ao meu lado, sempre. Beijaríamos-nos no meio de alguma frase e em algum momento diríamos que nos amamos. Eu pegaria no sono com a mão no seu cabelo e com uma perna em cima de você, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria por que, minha cara boba responderia tudo. Então, não falaríamos nada, só sentiríamos o nosso amor. Poderíamos casar... --- Maiara Queiroz. (adpatado)

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