terça-feira, 31 de maio de 2011

Quem disse que é preciso tocar pra sentir?

Gostava do teu sorriso e gostava do meu jeito de interpretar cada um deles. O sonolento, o carinhoso, o aflito e o de amor (o meu preferido). Gostava quando você me olhava e eu entendia seu olhar. Quando você me dizia sem palavras, quando você agia sem braços, sem mãos, quando me tocava com sua vontade, só pelo olhar. Quando me fazia sentir a mulher mais linda de todas.Era uma alquimia,algo que nos envolve, que estava escrito. Gostava da tua personalidade, de ser forte o suficiente pra assumir suas fraquezas e ser ainda mais forte pra pedir colo, pra procurar acalanto nas minhas mãos pequenas que tinham nascido pra te acarinhar. Ando com saudade de estar junto sem nada pra se fazer, como só você sabe, como só eu sei, como só a gente sabe...
E nossa história é meio do avesso. Teve um meio, depois um começo e já teve vários "fins". A gente vive se perdendo e depois se achando, até encarar um fim de verdade. Gostava quando você se incomodava com meu silêncio e diz: "Que foi? Não fica quieta não...", teu jeito de perguntar se estou bem, como foi meu dia. E que você não use isso como álibi, mas adorava quando voce perdia a paciência comigo, quando fica nervoso, quando se irritava, adorava só pra te ver lutando contra a vontade de me puxar e me beijar, de se entregar, de mostrar que a gente não nasceu pra ficar com raiva um do outro, que a gente nasceu pra ficar juntos E quando você chegou, trouxe junto na bagagem algo tão intenso que cegou o passado, ele pouco importava, tudo que veio antes ficou lá, no antes... e a gente estava alí, construindo nosso depois. Com dificuldades, óbvio, e não poucas... mas quando tudo escurecia quando tudo parecia perdido, eu suspirava e dizia para mim mesma: eu quero ele Tudo voltava a ser colorido. Mas sabemos que o cinza volta, que ele é companheiro fiel dos dias. Mas quando ele insistia em permanecer por muito tempo, a gente vende uns discos e compramos tinta guache... pintamos as paredes de laranja, e assim, vai estar sempre amanhecendo, colamos umas estrelas no teto pra quando quisermos que todo dia seja noite e faremos um sol com carinha feliz, igual nos desenhos animados. A gente tinha o dom de passar pela amargura de forma doce e sublime. Se a gente tivesse ‘a gente’. O resto era supérfluo. Provamos que podemos tudo, quando provamos que podemos ser tão um, sendo tão dois.

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